O trabalho de Wilson Pickett na década de 1970 não vinha sendo muito produtivo até ele lançar este Pickett in the Pocket, em 1974. Naqueles que foram os anos de RCA, o soulman já havia gravado três discos apenas razoáveis, muito longe da virulência dos álbuns do áureo período da Atlantic. Contudo, para este de que ora tratamos, Pickett recebeu o auxílio luxuoso dos Memphis Horns, velhas figurinhas carimbadas do soul dos 1960, e ainda teve a inteligência de recorrer aos estúdios Muscle Shoals, na sua Alabama natal. Assim, ficava difícil dar errado.
A soul music engendrada no Muscle Shoals sempre foi marcada por certa aspereza, tomada de empréstimo de algo do rock seminal, pitadas de country, um pouco de gospel e blues. E Wilson Pickett parece estar muito à vontade por lá, ainda mais porque é um sulista da gema. Sendo ele um cantor de voz potente e de longa data entusiasta dos arroubos funky, o tradicionalismo e a singeleza acústica daquele estúdio serviram-lhe de veículo perfeito. Temos, assim, um disco mais sujo e primário, diferentemente de algo às vezes dançante e sinfônico de seus outros lançamentos da mesma década.
Ouça abaixo duas faixas do álbum: “I Was Too Nice” e “What Good is a Lie”, ambas de autoria de Pickett, Beckett e Brad Shapiro.
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
Um comentário:
Caro Iendis,
Navegando na rede, em busca de informações sobre o pianista Tenório Jr., deparei-me com o seu blog.
Fiquei bastante feliz por encontrar alguém que, como eu, comunga de uma enorpe paixão pela música. Já adicionei aos meus favoritos e estarei sempre por aqui.
Parabéns pelos textos e, especialmente, pelos artistas e discos postados - o incendiário Wilson Pickett, os irreverentes Novos Baianos, etc.
Aproveito para convidá-lo a conhecer o JAZZ + BOSSA, dedicado à música.
Um fraterno abraço!
Postar um comentário