sábado, 2 de novembro de 2013

A primeira semana sem Lou Reed

 Sempre que vejo, neste início do XXI, alguma figura fundamental do mundo da arte e da cultura indo embora, costumo dizer que é o século XX morrendo. E, nos últimos tempos, tal ilustração foi tão verdadeira quanto no caso do falecimento do roqueiro Lou Reed, morto no dia 27 de outubro de 2013, aos 71 anos, brilhante primeiramente como líder do lendário The Velvet Underground e em seguida em notável carreira solo.

Falando do legado do genial artista, um amigo lembrou-me de uma triste coincidência: minha mais recente resenha para o sítio RateYourMusic foi sobre o terceiro disco do Velvet Underground, o homônimo de 1969, justamente o trabalho no qual a banda já não contava com John Cale, funcionando como grupo genuinamente de Reed, sem, é claro, desmerecer os demais integrantes.

Em homenagem ao já saudoso roqueiro, reproduzimos abaixo a pequena resenha (original aqui). Ao final, ouça a faixa "Jesus", que encerra o lado A do LP.


The Velvet Underground (1969)

Este homônimo de 1969 deve ser avaliado como uma saída para os roqueiros que não foram fisgados ao primeiro contato com o Velvet Underground.
Há aqueles que, com razão, consideram exagerado o endeusamento do primeiro disco, produzido por Andy Warhol e com participação de Nico.
Outros ficam assustados com as distorções, ruídos e experimentalismos de White Light/White Heat, o segundo álbum do grupo.
Neste terceiro, a banda, já sem John Cale, soa mais, digamos, normal, enveredando pelo rock e folk sem firulas, com direito a refrões mais ou menos pegajosos e riffs que não fazem feio para quem quer apenas ser pop.
Destaque para os vocais de Lou Reed, em seu melhor  momento: superapaixonados e com arrepiante atitude rock - não me perguntem o que é isso: sinto mas não sei explicar.
Para não perder o costume, "The Murder Mystery", em seus quase nove minutos, paga tributo aos discos anteriores, não deixando totalmente órfãos os admiradores das esquisitices dos dois primeiros.


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