A Marianne Faithful de Broken English não se parece muito com a musa da Swinging London, estando antes mais afeita, ainda que sem muito jeito, com o punk/new wave vindo do outro lado do Atlântico. O estilão um tanto junkie, a voz áspera, os arranjos sujos e "econômicos" da maioria das canções compõem as características de um trabalho que parece encontrar na estadunidense Patti Smith uma inequívoca influência.
É, com efeito, gritante a diferença estética e estilística de baladas inesquecíveis como "As Tears Go By", dos anos 1960, e, por exemplo, "Why D'ya Do It", faixa em que a já mencionada influência da "sacerdotisa do punk" é mais explícita. Entretanto, ao contrário do que costuma ocorrer em boa parte dos casos de radicalismos estilísticos, a inglesa aparece autêntica, tranquila, passeando bem por entre guitarras discretas, bateria seca, baixo sombrio e teclados esparsos.
Uma dica: é um disco que talvez precise de tempo para aprender a dele gostar. Nem todas as faixas são como a bluesy "Brain Drain", a levemente soul "Guilt" ou a roqueira "Why D'ya Do It" de que já falamos, todas encantadoras à primeira audição; as demais podem requerer um pouco mais de esforço para perceber suas nuanças ou para entender e deglutir o arrojo setentista de uma das "ex" de Mick Jagger. Vale a empreitada!
Ouça abaixo Marianne Faithful interpretando "Working Class Hero", composição de John Lennon que, na gravação dela, guarda todas as qualidades do álbum que comentamos.
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
2 comentários:
Sidnei, a interação desse nosso "negõcio" aqui, nos dá alento, prazer, sei lá. Mas, eu sou distraído, e muito.Só hoje vi que você comentou um post meu do começo de setembro. Não foi falta de educação, a não resposta. Tua opinião me é muito benvinda, e sim me dá muito prazer. Desculpa a falta, te leio sempre, pode acreditar, aprendo mais, etc...
e Obrigado.
Imagina, Pedrão! Estamos sempre na área e "nos" acompanhando. Isso é que é importante.
Valeu e um grande abraço!
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