Sempre se vê por aí gente querendo subtrair de Lula os méritos de seu governo. Agora, quando o assunto é apagão (na verdade um blecaute, como o de 10.11.2009), corre-se a se atribuir a responsabilidade ao mesmo Lula? Tudo bem, claro, é o ônus de ser governo!
Ora, mas, de qualquer forma, é muita injustiça com o conglomerado demotucano que governava o Brasil durante o racionamento de energia (o "verdadeiro" apagão) por longos meses nos anos de 2001 e 2002, pelos quais pagamos caro (literalmente) até hoje! Eles, sim, entendem muitíssimo bem de apagão, e as glórias de tal know-how não lhes poderiam ser arrancadas à força por conta de um evento isolado, ainda que reconhecidamente grave. E já que querem fazer exploração político-eleitoreira do acidente, nada mais razoável do que reconhecerem a espetacular experiência que, inegavelmente, possuem nessa matéria. Como eleitor ainda meio indeciso para 2010, gostaria de saber um pouco mais sobre os conhecimentos que esse grupo adquiriu nos tortuosos anos do "verdadeiro" apagão. Aliás, se o assunto ganhar dimensão eleitoral, posso até ofertar meu voto ao candidato indicado por eles, desde que demonstre estar mais preparado - até por conta da experiência - a enfrentar um problema que talvez se agigante nos anos vindouros - inclusive em razão do crescimento mais robusto que ora ostentamos, sobretudo se comparado àquele período.
De todo modo, não briguemos com os fatos: algum tipo de problema certamente existe e precisa, por óbvio, ser solucionado e devidamente explicado pelo atual governo. Como bem disse o jornalista Rodrigo Vianna, pelo menos dessa vez a oposição político-midiática tem um caso concreto nas mãos, e não as "linas vieiras" e "CPIs da Petrobras da vida", que claramente empobreciam o debate político no Brasil. Acho que para a democracia seria muito bom uma oposição atuante em temas relevantes, como é o caso em questão. Creio que a oportunidade é essa. Apesar de que, infelizmente para o país, já começaram mal...
Com toda sinceridade, acho que em vez de Arthur Virgílio e José Agripino Maia ficarem exigindo esclarecimentos da ministra Dilma Rousseff, baseados no fato de que ela foi responsável pela pasta de Minas e Energia até o já longínquo ano de 2005, eles poderiam, sim, como forma de enriquecer as discussões sobre o assunto, mandar a campo correligionários como José Jorge, Pedro Parente e até mesmo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (já que ele não se recolhe à condição de ex-presidente mesmo), pois todos eles, como já dito, poderiam trazer luz à questão, haja vista a já citada vasta experiência que possuem em crises energéticas. Neste particular, a ministra Dilma está em franca desvantagem, pois quando titular da pasta não enfrentou, que me lembre, nenhuma crise no setor. Honestamente, não vejo sentido em colocá-la no centro desse debate, pelo menos não nesse momento. Porém, se ela sair realmente como candidata, terá, é claro, que apresentar suas propostas para o setor, como todos os outros candidatos.
Aguardemos!
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
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