No mesmo esforço de desconstruir mitos criados por jornalistas dos meios convencionais, mostramos, também, que o PSDB nunca chegou a ser uma força incontestável nas disputas paulistanas, tanto que desde a sua fundação somente chegou ao segundo turno da metrópole, agora, por duas vezes, ambas com José Serra - descontando-se Kassab, eleito pelo DEM em 2008, vencendo, inclusive, o peessedebista Alckmin naquele ano (noves fora a cristianização do atual governador).
Anotamos, também, que a despeito da força petista no município, sempre a garantir-lhe no mínimo o segundo turno, a adesão não era automática, em vista das nossas dificuldades de trabalhar e garantir a identificação partidária, o que explicava, em parte, o por algum tempo resiliente fenômeno Celso Russomanno.
Por fim, este blog jogou no lixo as pesquisas e apostou na vitória do petista Fernando Haddad com base somente nos resultados de Russomanno no primeiro turno, bastante consistentes justamente na periferia da cidade, reduto petista, entendendo como certa a transferência de votos do midiático político do PRB para o candidato do PT.
Fechadas as urnas, pipocam as análises, com claras tentativas de se fazer conjeturas, sendo irresistível, num primeiro momento, apostar que o caminho para a vitória da situação no pleito de 2014 já está mais do que trilhado, assim como pode-se já estar se desenhando a destituição do PSDB do governo do estado de São Paulo.
Há que se andar devagar. Recorde-se que não faltou quem garantisse que a vitória de Kassab em 2008 indicava altíssimo prestígio do padrinho dele, José Serra, gabaritando-o para o Planalto no pleito de 2010. Razão estava, porém, com os poucos que se recusaram a nacionalizar aquela disputa, entendendo ter sido a pendenga de 2010 resolvida noutros termos, efetivamente municipais.
E em nível estadual, o discurso da turma que está há 20 anos no governo já deve estar até redigido: dono da prefeitura, dono do governo federal com chances de ser reeleito, não podemos dar ainda mais poder ao PT. O assunto é velho e tende a se repetir. Resta somente saber até quando o eleitor paulista vai sucumbir a essa baixa chantagem que usa em vão o santo nome da democracia.
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