sábado, 26 de setembro de 2009

Pesquisas

Faltando mais de um ano para as eleições de 2010, eis que se veem por aí centenas de análises dos números das pesquisas para a corrida presidencial. Serra bem à frente, mas caindo aos poucos; Dilma que subiu, mas não sai do lugar; Ciro Gomes dando a entender que a disputa centrada no PT/PSDB pode estar abalada; e Marina Silva tirando um pouquinho de votos do tucano e um pouquinho da petista.

Este blog, num de seus principais - porém não poucos - erros, apostou as fichas na vitória do tucano Geraldo Alckmin na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2008. Os raríssimos leitores que nos honram com sua fidelidade decerto se lembram de que tínhamos - acreditamos - bons argumentos para apostar na vitória do ex-governador. Baseávamo-nos sobretudo nas pesquisas. Circa agosto daquele ano, ou seja, apenas dois meses antes do pleito, segundo os principais institutos, a petista Marta Suplicy beirava os 40%, o tucano abocanhava pouco mais de 20%, enquanto o prefeito Gilberto Kassab e o eterno candidato Paulo Maluf juntos não chegavam às intenções de voto de Alckmin. Entendíamos que no segundo turno, entre Marta e Alckmin, o tucano herdaria com facilidade os votos dos eleitores conservadores que teriam ficado com o prefeito e com o folclórico Maluf. Nunca é demais lembrar, Kassab foi reeleito, e o atual secretário de Desenvolvimento de São Paulo sequer foi para o segundo turno!

Tudo isso para dizer que não dá para levar muito a sério pesquisas acerca de algo que vai ocorrer daqui a mais de um ano. Vale lembrar os clichês usados por analistas, como a presença do "Imponderável da Silva" e a figura "garrinchesca" do "falta combinar com os russos". É claro que os políticos e marqueteiros nem se importam e, ipso facto, usam os resultados das sondagens para trabalhar nos bastidores. Nada a opor, em princípio. Afinal, bem ou mal estão munidos de uma informação, e o negócio, nesse caso, é ver o que se pode fazer - ou deixar de fazer - com ela.

Por falar em clichês, há um bastante interessante que é aplicado a pesquisas: elas são, dizem, "a fotografia do momento". Parece-nos verdadeiro, não obstante pairem, aqui no Brasil, sérias dúvidas sobre a lisura no modo de atuar dos institutos. Mas mesmo tomando como certos os números das recentes consultas divulgadas, qual seria a real importância de tal "fotografia" a essa altura do campeonato?

O que vale mesmo, por óbvio, é a "foto" que será tirada em outubro de 2010.

Ainda falaremos sobre isso.

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