domingo, 16 de junho de 2013

Perspectivas para 2014 - influências dos resultados do PIB

O até certo ponto decepcionante crescimento econômico anotado no primeiro trimestre deste 2013 trouxe ânimo para a oposição e para o colunismo que lhe dá suporte na imprensa. Com ótimos índices de popularidade, sendo Dilma Rousseff favoritíssima à reeleição em 2014, qualquer espirro traz alento às hostes oposicionistas. Mas, afinal de contas, qual é efetivamente a importância dos números reais do Produto Interno Bruto na hora da eleição?

O PIB comportou-se de forma oposta nos dois últimos pleitos presidenciais: foi fraco durante o período que antecedia a corrida de 2006, e era quase chinês na disputa de 2010. As respostas das urnas parecem sugerir que a ideia de crescimento econômico, se mostrada de forma abstrata, sem relação direta com a vida das pessoas, não influencia de forma, por assim dizer, simétrica, o resultado - no limite, talvez seja meramente um elemento a mais, de importância apenas relativa, na hora de o eleitor decidir seu voto.

Em 2006, ainda antes da derrocada do neoliberalismo, o planeta vivia uma onda de prosperidade, com meio mundo ostentando números significativos de crescimento. O Brasil seguia acanhado, e o oposicionista Geraldo Alckmin, secundado pela mídia amiga, não perdia uma oportunidade de acusar o País de àquela época "estar crescendo somente mais do que o Haiti nas Américas". A despeito das lembranças e advertências do político paulista, o então presidente Lula, candidato à reeleição, obteve vitória folgada - para não dizer massacrante - no segundo turno.

Já em 2010, nos meses que marcavam a corrida pelo Planalto, a economia brasileira, diferentemente da maior parte das economias centrais do planeta, bombava, com índices de crescimento que, anualizados, orbitavam pelos 8%, números que só seriam considerados ridículos por chineses - e olhe lá! Mas eram os brasileiros que iam às urnas, e apesar do "feel good factor", impuseram um segundo turno e premiaram a oposição com 44% dos votos, números bem melhores do que o por ela alcançado quatro anos antes, quando, segundo Alckmin e a mídia, o Haiti era aqui.

Não raro veem-se críticos aos métodos de avaliação de crescimento econômico e gente que declaradamente contesta a validade do PIB para se apurar a saúde econômica e o bem-estar social num dado país. Aos estudiosos do tema, a relação, digamos, blasé que o eleitor brasileiro parece vir tendo com a matéria seria uma boa fonte de análise.

E em 2014, será que o eleitor irá às urnas com uma tabelinha do IBGE debaixo do braço?

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