
Como boa referência na seara literária, impossível não pensar no 1984, de George Orwell. Pode-se, por isso, classificar Alphaville como uma distopia, e a exemplo do livro do romancista inglês, de conteúdo essencialmente político.
No clássico filme, a já sugerida fotografia em 'preto-e-branco', o 'livre' e 'ocupado' dos gabinetes de interrogatório, o 'Figaro Pravda' de 'Ivan Johnson' são metáforas para falar de um mundo marcado por pólos antagônicos, claramente representados nos seculares conceitos de "direita" e "esquerda", e isso em pleno auge da Guerra Fria!
Como se não bastasse, Godard, inteligentemente, escolheu o computador para ser o grande dominador. Afinal, nada mais dual do que o código binário para representar uma sociedade maniqueísta e dividida.
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