As pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo divulgadas nesta semana devem reforçar certos modelos de atuação dos principais candidatos, modelos estes que se esboçaram no debate promovido pela Rede Bandeirantes na última quinta-feira.
Marta Suplicy, que já tinha muito que se ocupar com Geraldo Alckmin, agora não pode descuidar do ascendente Gilberto Kassab. Do mesmo modo, Alckmin, que imaginava que polarizaria com Marta e que deveria preservar Kassab, potencial aliado num eventual segundo turno, precisa agora voltar as cargas também contra o atual prefeito. Já o candidato à reeleição, por seu turno, talvez não tenha tanto que alterar sua estratégia inicial, haja vista que desde o começo já precisava voltar artilharia contra a candidata do PT e brigar pela posição de “anti-Marta” com o candidato tucano.
Depreende-se disso tudo que o prefeito herda, nesta altura do campeonato, a posição mais confortável na campanha: Marta e Alckmin entraram na disputa acreditando que teriam, cada um, um único adversário; Kassab, por sua vez, sempre soube que precisaria brigar com os dois. Portanto, enquanto a petista e o tucano ganharam um adversário de peso a mais, o que requererá mudanças de atuação, o democrata prosseguirá tentando manter a segunda posição contra Alckmin, ao mesmo tempo em que deve continuar mirando a ex-prefeita, com vistas a não deixar que ela dispare, ou seja, Kassab pode prosseguir, no geral, os princípios de sua campanha.
Numa próxima oportunidade, tentaremos discutir por que Alckmin, ex-governador bem avaliado, político de projeção nacional, candidato à Presidência da República bem-sucedido na capital paulista, não apenas fica muito atrás em relação a Marta Suplicy, como ainda se deixa ultrapassar por Gilberto Kassab. O que explica?
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
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