A apertada eleição em Israel vai trazer de volta ao cargo de primeiro-ministro o conservador Binyamin Netanyahu, do partido Likud. De nada valeu para o partido Kadima, pois, a carnificina de dezembro do ano passado na Faixa de Gaza.
Os ataques de final de 2008 parecem ter feito parte, dentre outras coisas, de uma estratégia do governo israelense de fazer frente ao crescimento do Likud, devido em grande parte ao discurso que pregava alguma radicalização no trato com o Hamas. Aspiravam ao cargo de primeiro-ministro tanto a chanceler Tzipi Livni, do Kadima, quanto o ministro da defesa, o ex-primeiro-ministro Ehud Barak. O Kadima de Livni se saiu bem nas eleições, mas não conseguiu apoio suficiente para ficar com a liderança de governo.
O que vimos dizendo aqui parece estar bem além daquilo que outrora foi chamado de teste de hipóteses pelo honorável Ali Kamel. Não há porque duvidar, portanto, que houve cálculo político-eleitoral nos desproporcionais ataques ao povo palestino na Faixa de Gaza. Um novo governo estava para chegar. Não havia, pois, motivos suficientes para uma medida de tal magnitude em período pré-eleitoral. Pergunta-se: se os ataques fossem impopulares e consequentemente tirassem votos, será que Olmert, secundado por Livni e Barak, teria ido tão a fundo com aqueles atos extremos naquela altura do campeonato?
Diga-nos leitor se não é duro pensar que mais de mil vidas podem ter sido ceifadas - dentre outros motivos, não o neguemos - por um populismo claramente de olho nas urnas?
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
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