quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

É a estupidez, economista!

De uns anos para cá virou um clichê na fala de políticos, jornalistas e economistas afirmar que alguns razoáveis resultados da economia brasileira eram em virtude dos bons ventos que sopravam no cenário internacional desde que o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência. Muitos não apenas o diziam como forma de desqualificar o trabalho do atual presidente e de seus colaboradores, mas, principalmente, como forma de justificar os resultados abaixo de medíocre de seu antecessor.

Mas finalmente uma crise internacional chegou; e ela vem justamente da maior potência econômica do planeta, grande balizadora de um mundo interligado e de economia altamente globalizada. E por incrível que pareça o Brasil não foi à bancarrota.

“Não foi ainda”, dizem alguns. É verdade. Não há pensar que o Brasil ficará tão incólume assim, caso a recessão americana se aprofunde. Não deixa de ser surpreendente, porém, o fato de o Brasil não ter enviado, “ainda”, algum ministro para Washington com o pires na mão, como se apressou em dizer o próprio presidente Lula. Como o leitor deve se lembrar, há alguns anos, no primeiro sinal de crise, todo mundo aqui no Brasil começava a pedir os sais.

Aliás, tem sido um tanto constrangedora a posição dos que apostam no agravamento da crise americana e de seus inevitáveis estragos na economia brasileira, pois muitos não conseguem sequer disfarçar o clima de torcida para que isso ocorra.

Este blog, mais despreocupado das coisas da política, espera humildemente que o Brasil sofra o menos possível com a crise. O governo, de algum modo, fez sua parte, ao rechaçar a ALCA e em ter ampliado o número de parceiros comerciais em todos os continentes, o que, sem dúvida, dá algum alento no momento em que a crise parece bem localizada em terras estadunidenses.

Não vou me lembrar com exatidão, pois já faz algum tempo, mas houve uma revista brasileira de grande circulação que tripudiou com o fato de a política externa brasileira mostrar-se um pouco distante dos Estados Unidos. A sua capa dizia algo como sendo aquela atitude “arrogância ou estupidez”. Sejam quais tenham sido os substantivos usados pelo semanário, eles refletem o que muita gente sempre pensou da ousadia de um posicionamento não tão próximo da “nação-umbigo” do mundo.

Até o momento – quem diria! - parece que a tal “estupidez” vem nos segurando.

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