Numa das cenas mais patéticas da história recente do país, a atriz Regina Duarte admitiu que tinha medo da eventual eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, quando o ex-metalúrgico enfrentava o hoje governador José Serra. Nunca pensei que eu representaria tão ridículo papel, até porque não tenho e nem faço questão de ter o “talento” daquela que já foi “namoradinha do Brasil”, mas a verdade é que devo admitir, caro leitor, que tenho medo do que possa ocorrer com o próximo presidente do país. É isso aí: agora, eu é que estou com medo!
A situação não será nada fácil para Dilma Roussef, para o já citado José Serra ou para quem quer que seja o próximo ocupante do Planalto. O presidente Lula caminha a passos largos para se consolidar como um mito de nossa era, como a figura política mais importante de nossa história. E isso, infelizmente, não é algo que se possa considerar muito bom. O sucessor do petista terá dificuldades de se projetar como um pós-Lula ou, se for o caso, como o seguidor da figura mítica.
Estou, evidentemente, pensando na espetacular popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva, confirmada pela pesquisa CNT/Sensus, divulgada na terça-feira (04-02-2009). Sinceramente acreditava que o presidente já havia atingido seu limite. Imaginava também que, nessa pesquisa, ele cairia um pouco, talvez dentro da margem de erro, mas o suficiente para fazer a alegria da “imprensa festiva”. Mas não, o homem subiu!
Há, além do mais, outra informação bastante relevante (e assustadora), sutilmente escondida pela grande mídia: na sondagem para 2010, nas respostas espontâneas, o desejo da maioria é que fosse eleito presidente ninguém menos do que... Lula. Isso mesmo, caro leitor! Lula não pode se candidatar a mais um mandato consecutivo, mas mesmo assim, na pesquisa espontânea, ou seja, aquela em que a pessoa simplesmente responde sem lista de nomes em quem votaria se a eleição fosse hoje, Lula ganharia com o dobro dos votos de José Serra, líder da mesma pesquisa na sua forma estimulada.
Tenho medo, pois, da sombra que pairará sobre a cabeça do sucessor do presidente Lula. Como poderá o sucessor se sobrepor a uma figura que consegue, contra a mídia, contra os poderosos, num ambiente de crise, manter-se em tão elevado índice de popularidade?
A liderança de Lula conseguiu, ainda que aos trancos e barrancos, unir o PT, o que não é pouca coisa, e tem conseguido deixar acuada uma oposição que lhe poderia ser mais radical. Observemos que mesmo os candidatíssimos Serra e Aécio não encontram facilidades em se mostrar como anti-Lula. Parece que esse não será o caminho abraçado pelos dois, a menos que a crise econômico-financeira recrudesça muito por aqui. (Daí talvez todo o terrorismo midiático).
O próximo presidente necessitará de habilidade e terá que contar com alguma sorte, caso contrário, e a despeito da aparente estabilidade de nossa democracia, talvez surja algum movimento do tipo “Volta, Lula”!
Interessante notar que, vendo por esse lado, apesar da extraordinária crise nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama parece estar em melhores lençóis do que tenderá a estar o próximo mandatário do Brasil, sobretudo se a coisa não ficar muito feia por aqui. Paradoxal, não?
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
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