sábado, 14 de junho de 2008

Desenhos espanhóis do século XX


Na quinta-feira 12, mesmo dia da triste notícia de que ladrões levaram obras da Pinacoteca, houve o coquetel de lançamento no MASP da exposição “Desenhos espanhóis do século XX”. O autor destas maldigitadas esteve presente ao evento acompanhado da esposa.

A exposição, que estará no Museu de Arte de São Paulo até o dia 27 de julho, reúne desenhos de coleção pertencente à Fundación Mapfre, da Espanha, e deve certamente ajudar no aumento do número de visitantes ao museu, o qual, segundo informações publicadas nesta semana, obteve um crescimento de 40% após o incidente dos roubos dos quadros de Picasso e Portinari.

E por falar em Picasso, é claro que ele aparece na exposição, porém com uma única obra, do ano de 1924. Outros artistas que se fazem presentes na sala do primeiro andar do museu são, entre outros, Salvador Dalí (autor de Guerre Estetique, que ilustra este post), Juan Gris e Joan Miró. A coleção não destaca apenas artistas espanhóis, mas alguns de outras nacionalidades que, porém, tiveram importante passagem por terras espanholas, como, por exemplo, o uruguaio Joaquín Torres-Garcia, o francês Francis Picabia e o russo Serge Charchoune, dentre outros.

Como de praxe, a exposição é muito bem montada, com divisões referentes à época, escolas e tendências. Há belos textos gerais de apresentação, além de comentários específicos sobre a maioria das obras expostas. O jeito é ir com bastante tempo para poder aproveitar todo o material colocado à disposição do apreciador das artes.

De acordo com o que se lê no caderno oferecido no coquetel, a Fundación Mapfre conta com inúmeras outras obras não trazidas para essa exposição. Devemos torcer, portanto, para que essa saudável parceria com o Museu de Arte de São Paulo renda outros frutos. É muito bom ver a fundação espanhola aliada ao museu brasileiro. Quem é que não acompanhou o recente mal-estar diplomático decorrente dos maus-tratos sofridos por brasileiros em aeroportos espanhóis? Mas na quinta-feira o que se viu – e o provável sucesso da mostra o comprovará – é que a união de Brasil e Espanha, nesse caso, deu muito certo. Não é de estranhar: uma das funções da arte é exatamente a de reunir os povos e promover a paz, mesmo que eventualmente conteste, agrida, violente, subverta.

Ah, não deixe de ver!

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