As perspectivas econômicas para o Brasil em 2009 não vêm sendo apresentadas com as cores mais alegres: o crescimento econômico deverá ficar muito abaixo do de 2008; o desemprego deve começar em alta; a renda do trabalhador ficará estagnada. Tudo isso é somente parte do que dizem e é visto como conseqüência da crise internacional.
Mas será que dá para levar tais previsões tão a sério assim?
No final de 2007, as projeções para 2008 também não eram das melhores. Temia-se no final daquele ano que a crise do subprime não tardaria a resvalar no mercado brasileiro já nos primeiros meses de 2008, o que evidentemente não ocorreu, pelo menos não de modo a afetar o cotidiano das pessoas. Na última ou penúltima reunião do COPOM em 2007 cessara a gradual queda dos juros que até então vinha sendo operada, o que fez a maioria dos analistas antever algum período de retração, situação que certamente não será confirmada pelo crescimento do PIB deste ano. Por fim, com a derrota do governo na votação da CPMF, era dada como certa uma abrupta queda na arrecadação, previsão que viria a ser fragorosamente desmentida já nos primeiros meses de 2008. Posto isto, se os economistas e analistas de hoje “acertarem” no mesmo patamar do de 2007, não haverá motivo para tanta preocupação em 2009!
E há mais: no decorrer do próprio ano de 2008 apostou-se que a inflação iria extrapolar as bandas da meta do Banco Central. Os mesmos analistas ouvidos pelo BC acreditam agora, no final de 2008, que o IPC-A não passará dos 6% a.a., diante do extremo da meta que é de 6,5% a.a.
Um professor dos cursos de pós-graduação da Escola de Sociologia e Política de São Paulo certa feita disse que fazer previsão não é algo que mereça ser levado muito em consideração, afinal este bem pode ser – até com maior autoridade - o métier das cartomantes, dos sensitivos, jogadores de búzios etc. O máximo que se pode fazer são projeções de “cenários”, baseadas, é claro, em fatos concretos da política e da economia. A dura realidade, entretanto, pode pregar algumas peças nos videntes de plantão. Os números do natal surgem como parte de tal “dura realidade”: contraria muito do que se lia na imprensa a respeito de queda de vendas e acerca da crise que já se instalaria no final deste ano.
Que tal voltarmos, em breve, a falar do que “é” em vez do que "poderia ser”. É bem mais fácil...
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
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