sábado, 3 de janeiro de 2009

Mais um "ano eleitoral"

Em 2009 não haverá eleições. O ano, no entanto, deve ter muito de eleitoral, com a antecipação do clima de sucessão presidencial, a qual somente se dará no ano que vem. Em verdade, as urnas mal estavam fechadas em 2006, e já se falava do pleito de 2010. O ambiente sucessório, portanto, já se mostra presente desde o fim do primeiro mandato do presidente Lula.

Parece estar fechada questão no fato de que o próximo ocupante do Palácio do Planalto será o economista José Chirico Serra, que, como brinca Paulo Henrique Amorim, por enquanto apenas faz um estágio no governo do Estado de São Paulo! Mas, parafraseando pela enésima vez Mané Garrincha, é preciso combinar com os adversários! No caso de Serra, há que entrar num acordo também com os “aliados”...

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, já deixou bem claro que também é pré-candidato para 2010 e exorta seu partido a fazer prévias para escolher o postulante a ser o pós-Lula, como já se apressam em dizer alguns. Não é por nada, não, mas Aécio teria boas chances. O governador mineiro bem que poderia se aproveitar do descontentamento com o chamado “paulicentrismo”, que, com efeito, vem mesmo irritando alguns políticos de fora do maior estado do país, insatisfeitos com a hegemonia paulista na política brasileira desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso. (Lembrando que nem FHC nem Lula são paulistas de nascimento, mas, como se sabe, adotaram o estado e nele fizeram carreira política). Ademais, o presidente Lula bateu de forma esmagadora dois candidatos paulistas, inclusive o próprio Serra, nas duas últimas pendengas. O governador de Minas bem pode querer usar esses fatos recentes para superar o governador de São Paulo numa eventual disputa interna.

Isso tudo somente para dizer que Serra talvez já encontre alguma dificuldade dentro do próprio PSDB. Há, ainda, mais nomes importantes de outros partidos que correm por fora, como, por exemplo, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, o paulista Ciro Gomes e, é claro, a ministra Dilma Roussef.

Dilma pode se beneficiar dos resultados práticos do atual governo, que, caso mantenha os bons índices de popularidade que ora ostenta, poderá ser seu principal cabo eleitoral. Na sucessão municipal de 2008 falou-se que restou demonstrado que o presidente Lula não tem tanta capacidade assim de transferência de prestígio. Que seja. Mas, por outro lado, alguns dos resultados das eleições nas prefeituras deixaram claro que a população não hesita em manter as coisas como estão se estiver satisfeita com o andar da carruagem (Kassab que o diga!).

Político hábil, experiente e inteligente, é possível que José Serra esteja atento às bobagens que escrevemos aqui. Ele deve saber que para realizar seu sonho de ser presidente da República Federativa do Brasil não bastarão editoriais vergonhosos, como o recentemente publicado no Estadão (O PAC paulista é melhor, de 13-11-2008), que só não se parece com uma peça de propaganda porque os marqueteiros não são tão caras-de-pau quanto os delirantes editores de jornais. O governador tampouco poderá contar somente com o puxa-saquismo de colunistas da mídia, como o de Paulo Rabelo de Castro, que em artigo na Folha (2009, um ano de (pré) eleição, de 17-12-2008), disse que Serra é inteligente e sagaz em tudo o que faz... Logo o Paulo, que costuma ver erro em tudo!

Trocando em miúdos, muita água deve passar por debaixo da ponte. Lembremos que, por volta de agosto de 2008, as pesquisas para a prefeitura de São Paulo mostravam Marta com cerca de 40%, Alckmin com pouco mais de 20% e Gilberto Kassab com não mais do que 10%. No final, o leitor o sabe, deu no que deu!

Um comentário:

Ler o Mundo História disse...

Pode replicá-lo e a todos os textos do maria_fro e do www.historiaemprojetos.blogspot.com, neles há várias análises de judeus não sionistas que são contra esta barbárie.
abraços