Certa feita, quando me graduava em filosofia, um excelente professor pilheriou com um aluno que portava o romance O mundo de Sofia. Segundo o mestre, aquele era, na melhor das hipóteses, um livro de apresentação da filosofia para “crianças”.
Meus parcos conhecimentos não me permitem ser tão implacável assim com o best seller de Jostein Gaarder, mas posso dizer apenas que ele tem a boa qualidade de tornar o espinhoso assunto da filosofia mais palatável para a maioria das pessoas. Não à toa o norueguês escolheu o caminho do romance. O livro tenta mostrar também que quaisquer discussões e questionamentos que envolvem nossa vida podem ser objeto de estudo da filosofia, quando não é seu próprio substrato.
Tendo em vista a presença da disciplina no ensino médio, os professores devem se desdobrar para atrair a atenção dos alunos a assunto que parece ser “distante”, “abstrato” demais para um mundo marcado por coisas como velocidade, pragmatismo, violência etc.
Uma boa sugestão aos heróis que lecionam nas escolas públicas e particulares é a adoção do livro Os Simpsons e a filosofia (São Paulo: Madras).
Trata-se de uma coletânea de textos, organizada pelos professores Aeon J. Skoble, Mark T. Conard e William Irwin, que pretende discutir os temas tratados, levantados ou pincelados pelo já lendário desenho animado, ou, inversamente, falar de assuntos caros à filosofia, tais quais a ética e o conhecimento, usando como base as estripulias da simpática família e os seus amigos do microcosmo chamado Springfield.
Penso que este também desagrade aquele professor da minha graduação: os assuntos são tratados com excesso de didatismo e de certo modo com alguma superficialidade.
Mas não poderia ser diferente: o livro é destinado aos leigos e pretende mostrar que há bem mais coisas na arte e na cultura pop do que pode sonhar a nossa vã filosofia (opa!). E se o negócio é usar clichês, pode-se dizer, com toda tranqüilidade, que a filosofia é realmente muito presente na nossa vida, permeia boa parte de nossas discussões, ajuda-nos a compreender melhor o mundo, a analisar um filme, a escrever uma crítica etc.
Corporativismos à parte, há que se reconhecer que boa parte da filosofia bruta (Aristóteles, Boécio, Hegel, Frege, Adorno) é uma coisa que pode se apresentar de forma chata, sobretudo para alunos adolescentes. Já Os Simpsons e a filosofia está anos-luz dessa tradição mais bruta, logo, está longe de ser chato.
Boa leitura!
Meus parcos conhecimentos não me permitem ser tão implacável assim com o best seller de Jostein Gaarder, mas posso dizer apenas que ele tem a boa qualidade de tornar o espinhoso assunto da filosofia mais palatável para a maioria das pessoas. Não à toa o norueguês escolheu o caminho do romance. O livro tenta mostrar também que quaisquer discussões e questionamentos que envolvem nossa vida podem ser objeto de estudo da filosofia, quando não é seu próprio substrato.
Tendo em vista a presença da disciplina no ensino médio, os professores devem se desdobrar para atrair a atenção dos alunos a assunto que parece ser “distante”, “abstrato” demais para um mundo marcado por coisas como velocidade, pragmatismo, violência etc.
Uma boa sugestão aos heróis que lecionam nas escolas públicas e particulares é a adoção do livro Os Simpsons e a filosofia (São Paulo: Madras).
Trata-se de uma coletânea de textos, organizada pelos professores Aeon J. Skoble, Mark T. Conard e William Irwin, que pretende discutir os temas tratados, levantados ou pincelados pelo já lendário desenho animado, ou, inversamente, falar de assuntos caros à filosofia, tais quais a ética e o conhecimento, usando como base as estripulias da simpática família e os seus amigos do microcosmo chamado Springfield.
Penso que este também desagrade aquele professor da minha graduação: os assuntos são tratados com excesso de didatismo e de certo modo com alguma superficialidade.
Mas não poderia ser diferente: o livro é destinado aos leigos e pretende mostrar que há bem mais coisas na arte e na cultura pop do que pode sonhar a nossa vã filosofia (opa!). E se o negócio é usar clichês, pode-se dizer, com toda tranqüilidade, que a filosofia é realmente muito presente na nossa vida, permeia boa parte de nossas discussões, ajuda-nos a compreender melhor o mundo, a analisar um filme, a escrever uma crítica etc.
Corporativismos à parte, há que se reconhecer que boa parte da filosofia bruta (Aristóteles, Boécio, Hegel, Frege, Adorno) é uma coisa que pode se apresentar de forma chata, sobretudo para alunos adolescentes. Já Os Simpsons e a filosofia está anos-luz dessa tradição mais bruta, logo, está longe de ser chato.
Boa leitura!
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