sábado, 5 de janeiro de 2008

Quer pagar quanto?


Vi nesta semana, em um sebo do centro de São Paulo, o famoso vinil do Quarteto Novo, grupo com Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Théo de Barros e Heraldo do Monte, cuja bela capa ilustra este post. O preço era R$400,00 (isso mesmo: QUATROCENTOS REAIS).

Tenho uma edição em CD do disco, lançado pela EMI na série Odeon 100 anos. Acho que já paguei caro (mais de 30 reais), pois mesmo a reedição não é nada fácil de se encontrar.

Não tenho dúvidas de que se é possível fazer o download desse clássico da música instrumental brasileira na rede.

Mas a minha pergunta é: quem se sujeitaria a pagar - num bom "paulistanês" – “quatrocentos pau” nesse curioso vinil de 1967, ainda mais se sabendo que se pode “baixá-lo” gratuitamente na net ou consegui-lo em CD ainda que a duras penas?

Tenho tal curiosidade porque li um texto, também na “família” blogspot, que comentava a respeito do leilão virtual de um velho compacto de obscuro artista da onda northern soul dos anos 1960: o valor já chegava a inacreditáveis dois mil dólares!!! O autor mostrava-se estupefato e sugeria haver algum tipo de fetiche por parte de quem oferecia um “absurdo” por um mero compacto de duas faixas, isso tudo sem entrar no mérito da possível boa qualidade do trabalho do artista, que – diga-se de passagem - é uma marca do northern soul, sobretudo daquele mais “lado B”.

Penso que no caso do nosso Quarteto Novo somente um fetichista (endinheirado) mesmo para pagar os “quatrocentos” pedidos pela loja do primeiro andar de uma galeria da Rua Dom José de Barros, centro de São Paulo.

Gosto muito de música e atrevo-me a, vez ou outra, comprar um disquinho. Mas não consigo me imaginar, mesmo que tivesse condições, pagando um preço tão despropositado num velho e – mesmo que - bom elepê.

E quanto ao disco em si? Bem... Sinceramente... É legal e tudo, mas já ouvi muitos melhores no quesito “música instrumental brasileira”.

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