Dentre as explicações para a até aqui decepcionante posição de Geraldo Alckmin nas pesquisas sobre a intenção de votos pela Prefeitura de São Paulo está o fato de o seu partido se apresentar um tanto dividido na disputa. Boa parte da máquina do PSDB está engajada na campanha de reeleição do prefeito Gilberto Kassab, e caciques como o governador José Serra vêm sendo acusados de ter posição não muito convicta no apoio a Alckmin.
Outro aspecto que não se deve descartar – e ele é por demais curioso – é que ocorre com a “direita” na cidade de São Paulo um fenômeno que sempre foi motivo de lamentação nas esquerdas: a desunião. O somatório das intenções de voto em Alckmin, Kassab e Maluf superaria a da ex-prefeita Marta Suplicy, que por ora lidera com relativa folga a disputa, beneficiando-se da pulverização da preferência dos candidatos de perfil mais conservador.
Este blogueiro acreditou que as coisas seriam mais róseas para o candidato tucano, que açambarcaria logo de início considerável parte das intenções de voto no atual prefeito e no folclórico “Dr. Paulo”. Isto não vem ocorrendo. É muito cedo ainda, e talvez o ex-governador acabe conseguindo se apresentar como o principal candidato conservador que tanto agrada a classe média e a elite paulistana, por ora dividida. Porém, como bem lembrou o jornalista Clóvis Rossi, não sem certa desolação, o problema é que, dos quatro primeiros nas pesquisas, o único que efetivamente perdeu votos fora da margem de erro foi justamente o postulante pelo PSDB.
Mas falar em “direita” e “esquerda” nas eleições municipais de São Paulo talvez seja pedantismo. É muito provável que o eleitor médio não se atente a tais questões, pelo menos não de forma muito consciente. E revendo posição anteriormente explicitada, não é nenhum disparate dizer que a candidata Marta Suplicy, do PT, poderia ser a maior beneficiária de certa “desideologização” num eventual segundo turno.
Mas sejamos humildes: se erramos na crença de que Alckmin encontraria vida mansa na disputa pela prefeitura da maior metrópole do país, nada impede que também estejamos enganados agora.
Vamos aguardar.
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