Primeiramente, vi no blog Entrelinhas uma notícia, seguida de análise, sobre uma aluna da FAAP que teria dito, após uma palestra da candidata Marta Suplicy naquela instituição, que o problema da ex-prefeita “é que ela não faz nada pelos ricos” (clique aqui para ler). Depois, ouvi com “meus próprios ouvidos” uma colega dizer que Marta só foi boa para os “fins de mundo” da cidade, deixando as regiões mais nobres e os tradicionais redutos de classe média a ver navios.
Cabe aqui lembrar um articulista do Observatório da Imprensa que acerca de polêmica sobre a concentração da alta popularidade do presidente Lula entre os mais pobres, afirmou que o contrário é que deveria ser consideradoo uma anomalia num país desigual como o Brasil, ou seja, um governante ser adorado pelos ricos e odiado pelos mais necessitados. No caso de Marta, cairia bem uma paráfrase: em São Paulo, absurdo teria sido a ex-prefeita ter “feito muito pelos ricos” e ter sido boa apenas para os “umbigos do mundo” fincados na cidade!
Entretanto, não estou muito convencido de que Marta Suplicy não tenha feito nada pelos ricos, até porque numa democracia burguesa os políticos não conseguem sobreviver sem alguns acenos aos mais bem aquinhoados. Tampouco considero que ela tenha feito tanto assim pelas periferias da cidade, ainda mais se pensarmos que, em vista do abandono dos rincões do município, por mais que se faça, as demandas nesses lugares sempre tendem a se multiplicar.
De todo modo, é curioso que na maior cidade do país pareça tão vivo o surrado conceito marxista de luta de classes. É o rico contra o pobre, é o centro contra a periferia! Tal tipo de agenda pode dificultar um pouco as coisas para o principal adversário da candidata do PT, o tucano Geraldo Alckmin. Ele terá que aproveitar a rejeição de Marta entre os paulistanos de melhor renda e das regiões mais centrais da cidade, buscando se fortalecer como o candidato desse segmento. Ao mesmo tempo, precisará galgar pontos entre os mais pobres, sem se deixar colar a imagem de “candidato dos ricos”.
A essa altura, os marqueteiros já devem estar traçando estratégias para “vender” o respectivo candidato como o “prefeito da cidade inteira”, como “aquele que quer trabalhar para cada bairro dessa cidade” e coisas do gênero. Quanto à classe... classe? Que classe?
Não é sobre liberdade (e eles sabem disso)
Há 5 semanas
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