
Tanto Coltrane quanto Ayler estavam mortos quando do lançamento deste Black Unity, em 1972. Talvez seja o caso de dizer que o álbum é uma espécie de seguimento do legado deixado pelos dois inquietos saxofonistas. Ao contrário do que se poderia pensar, a tal unidade apregoada pelo título do disco e de sua única canção de 37 minutos não é de conteúdo político, pelo menos não unicamente. Sanders está pensando também no sentimento de se estar junto, tanto das pessoas entre si como delas com o mundo e com o seu Criador. E é a música que tem a capacidade de expressar a necessidade e a possibilidade de tal união.
Desligando-se das idéias e centrando-se na parte meramente musical, deve-se recomendar este disco para os fãs de jazz avant-garde em geral, mas particularmente para os aficionados por contrabaixo: o já experiente Cecil McBee dividia as glórias com um então novato chamado Stanley Clarke. Quer mais? E tem mais! Embora pareça impossível, Black Unity consegue a proeza de ir além daqueles elementos expostos com verdadeira mestria no também imperdível Karma, de 1969.
Nenhum comentário:
Postar um comentário